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A Internet, as redes sociais, Rousseau e a Vontade Geral

Posted by Chrystiano Angelo On domingo, 3 de julho de 2011 0 comentários
 Há algum tempo descobri que o verdadeiro forjador do mundo contemporâneo foi Jean-Jacques Rousseau.

O leitor pode pensar em qualquer tema relevante da modernidade e estará falando de Rousseau. Eles estão tão incorporados à nossa cultura que sequer conseguimos imaginar um mundo em que não existissem ou identificar sua gênese em Rousseau.

Sociologia? Discurso sobre a Desigualdade. Antropologia? Discurso sobre a Desigualdade. Linguística? Discurso sobre a Desigualdade. Filosofia Política? Contrato Social. Pedagogia? Emílio. Ecologia, as lutas sociais (a ideia de que a sociedade é o mal e precisa ser transformada), representação política, vontade geral, etc.

Hoje a coluna de Clóvis Rossi na Folha traz uma frase de Daniel Innerarity, catedrático de Filosofia Política e Social: “há um assalto generalizado contra a ideia da intermediação. Está se instaurando uma visão segundo a qual a vontade geral é algo que se pode construir sem instituições intermediárias”.

No Contrato Social Rousseau diz que a vontade não se representa, é ela mesma ou não é. Que o povo inglês pensa que é livre porque a cada 4 anos elege seus representantes, mas volta a ser escravo nesse meio tempo (cito de memória).

As redes sociais e a internet, dois séculos depois, dão razão a Rousseau. A ideia de intermediação política pela via da representação mostra-se mais e mais uma falácia. As pessoas se organizam, vão às ruas, ignoram parlamentos, partidos, e postulam a vontade geral.

Como dizia Rousseau.


*Marcio So telo Felippe foi Procurador Geral do Estado de São Paulo e Diretor da Escola Superior da Procuradoria.

Fonte: http://blog-sem-juizo.blogspot.com/2011/07/rousseau-e-as-redes-sociais.html

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